3.
O MINISTÉRIO E A RESTAURAÇÃO DA OBRA DE DEUS
Neemias
conduziu o povo à restauração, não apenas dos muros, mas, principalmente, da
espiritualidade. Mas esse mesmo povo se distanciou de Deus depois que Neemias
retornou a Susã. A casa do Senhor passou a ter necessidades, isso porque os
judeus se voltaram aos seus negócios. A prosperidade financeira não é garantia
de verdadeira espiritualidade. Na verdade, há cristãos que justamente quando
começam adquirir bens, mais se afastam de Deus. Se por um lado o povo fechava a
mão, sendo inclusive denunciado pelo profeta Malaquias (Ml. 3.10), os
sacerdotes, por outro, metiam a mão no que não lhes pertenciam, como fazia
Eliasibe, ao beneficiar Tobias, o inimigo da obra do Senhor, alongando nas
dependências do Templo (Ne. 13.4,5). Em virtude dos seus pecados sacerdotais,
este também passou a ser conivente com o pecado (Ne. 13.2). Neemias, ao
constatar aquela situação, a reconheceu como uma “mal” (Ne. 13.7). Observamos a
falta de transparência e zelo na condução dos serviços do Senhor, especialmente
no que tange aos recursos. Nos dias atuais, muitos pseudo-pastores utilizam os
púlpitos, e também os meios de comunicação, para extorquir os irmãos mais
fracos. Eles se vestem regaladamente, abusam dos bens da igreja, enquanto
muitos, na própria igreja, padecem necessidade. Neemias percebeu a necessidade
de agir imediatamente diante daqueles desmandos. Ele lançou todos os móveis da
casa de Tobias fora da câmara do Senhor (Ne. 13.8-9). Jesus também agiu com
firmeza diante daqueles que queriam transformar a Casa do Senhor em comércio
(Mt. 21.13). O ministro do Senhor, ciente da sua responsabilidade perante Deus,
não pode tolerar práticas indevidas que comprometam a seriedade da obra.
CONCLUSÃO
Em
alguns contextos evangélicos, os inimigos da obra de Deus estão sendo levados
para cima do altar. Tais práticas acontecem porque alguns supostos ministros
estão querendo tirar proveito próprio das influências. A corrupção se instalou
em determinados arraiais evangélicos e já se naturalizou, as pessoas admitem
como se tudo fosse normal. Os líderes, com a consciência cauterizada, não
sentem mais o pecado, justificam seus atos profanos até citando versículos
descontextualizados. A indignação santa, pautada na Palavra, é indispensável
para que tenhamos mudanças reais na obra de Deus. Como fez Neemias, e o Senhor
Jesus, precisamos lançar fora todas as práticas abomináveis, que não condizem
com o Reino de Deus.